Pronunciamento do presidente no dia do trabalhador

Povo de Sucupira! Emboramente estejamos sofrendo com os ataques da esquerda, badernista, desaforista e subversenta, que quer bagunçar o cloreto com suas ideias desapretechadas de sensatismo, venho lhes dizer, através da imprensa lida, olhada, escutada e agora também internáutica, que não deixarei que os negativistas me impeçam de realizar as reformas necessárias para colocar o país no eixos. Esses anarquizistas que inventam motivos desculpentos para não trabalhar e para não produzir em dia útil, serão tratados gaseificada e bombasticamente nos rigorrores da lei. Acabou a farrice!

Não obstantemente, comunico-lhes que revogo o dia do trabalhador, pois tal data foi criada em 1886, nos estates unidos of da américa e está ultrapassantemente arcaica e demodê. Precisamos modernizar hojemente a nossa política de feriados, para que mais prafrentemente possamos evoluir para o primeiro mundo, talqualmente a Índia. Não podemos parar a economia por causa de meia dúzia de seis donzelas juramentadas e praticantes do comunismo, que querem disseminar esse diversionismo desgastativo no meio dos nossos "cidadãos de bem". Revogo também o direito de greve, pois está jurassicantemente obsoleto. O mesmo fora garantido na constituição de 1988, quando minha senhora dama, recatada e do lar, tinha apenas 4 anos de idade e ainda usava fraldas.

Por isso, doriamente falando, pro-po-los-ei uma emenda constitucional e consubstancial, que alterará o nome do finado feriado para "Dia do vagabundo", porque quem não quer trabalhar nem no dia do trabalhador, é vagabundo. Ora! Se é dia do trabalhador, é para trabalhar. Se fosse para descansar, seria o dia do descansador. Serei conhecido nos anais e menstruais da história, como o "Presidente Reformento", que rasgou e jogou fora a esverdecida, amarelenta e apodrecente CLT, reinstituindo a escravagem de forma modernista e devolvendo essa nação a seus verdadeiros donos. Olhando pratrasmente, vemos o quanto perdemos com a abolitura da escravação, por culpa de uma princesa que, por não ter um marido de punho forte ao seu lado para guiá-la, botou os pisantes pelas mãos e libertou a mão de obra mais baratista e lucrenta que já tivemos. Por isso demos um golpe e tiramos uma do poder.

Aos meus ilustrados colegas banqueiros e empresários, trabalhadores incansantes, que fazem nosso país crescer, garanto-vos que encumpridarei vossos pequenos lucros e dar-te-vei-do-eis a devida merecência. Se preciso for, não apenas terceirizarei, mas também quartirizarei e até sextarizarei escravos para melhor servi-los. Aos meus aliados e a todos que trabalharam confabulante e sigilentamente para que eu chegasse ao poder, agradeço por toda meticulância e adulância puxasaquista para com a minha alma maucaratista e pecadilhista. Mas entretantemente, aviso-lhes que não pensarei uma vez em tomar-lhes de volta os cargos que lhes foram concedidos, se vossas excrecências votarem contra mim no congresso.

Abro um parentese, para prestar o meu solidariedante apoio ao marido da senhora Ana Hickmann, deixando o meu mais avexado e aprofundante pedido de desculpas, por não ter conseguido impedir que esses cornudos protestadores grevistas, fizesse um empreendedor de engenho ter o prejuizante desfalque de vinte e cinco mil reais, em apenas um dia. Imagino como tenha ficado a sua sala de 15 mil hectares, sem um funcionário para limpá-la. Isso é inadmissível. Abro e escancaro outro parentese para agradecer ao dono do baú, por exibir a propaganda alienante e mentirosamente deslavada do meu governo em seu canal de televisionamento e entretenição. Me permitirei até o uso e o abuso de uma expressão chula e giriosamente popular, para externizar a minha gratidão: Tamo junto!

Chegando aos finalmente, me despeço, com a alma lavada e enxaguada e com o coração limpo e nu, movido por um desejo extrapolante de promover o construimento de uma nova era, garanto-lhes que a oposição covardista e crapulenta, não conseguirá fomentizar a desalienação das mentes e mudar o comportamento aceitativo e pacatista que sempre foi a marca do nosso povo. A doença da consciência esquerdopatizante não contaminará o nosso gado, que se acostumou a ser marcado e sempre soube viver feliz assim.

Eu alço os meus olhos para o monte e avisto uma ponte futurante. E despido de qualquer marmota envaidecente, poderei me orgulhar em dizer que aforamente, uni o país, da pororoca aos seringais. E como bem disse o apresentador e bajulador little mouse, serei eternizantemente reconhecido como o presidente das grandíssimas reformas e poderei descansar a minha defuntície golpista, no jazigo perpétuo e inviolante do cemitério reservado aos maiores filhos das putistas dessa nação. E lá estará escrito: ENTRA TEMER!