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Fernando Lavieri

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Niños da esperança

Os protagonistas dela foram Lesly Mucutuy, 13 anos, Soleiny Jacobombaire Mucutuy, de 9, Tien Ranoque Mucutuy, que tem 4, e o bebê Cristin Ranoque Mucutuy

Crianças que sofreram acidente aéreo na Colômbia são encontradas com vida após 40 dias (Foto: Reprodução/Forças Militares da Colômbia)

Se o caro leitor ouvisse uma história referente a quatro crianças indígenas, colombianas, que sobreviveram a grave acidente após queda de avião em que viajavam e, depois, conseguiram, ainda, a façanha de passarem incólume por quarenta dias no interior da Floresta Amazônica, pensaria que tal história teria sido tirada de um livro de realismo fantástico ou de um roteiro para o cinema. Mas tal situação existiu. E trata-se do fato mais afortunado e espetacular do ano de 2023, até agora. Os protagonistas dela foram Lesly Jacobombaire Mucutuy, 13 anos de idade, Soleiny Jacobombaire Mucutuy, de 9, Tien Ranoque Mucutuy, que tem 4, e o bebê Cristin Ranoque Mucutuy, que completou um ano de idade durante a “aventura”. Esses nomes entraram para história como exemplo mundial de esperança e capacidade de resistência.

Vamos aos fatos. Os quatro menores viajavam em um avião de pequeno porte, sob os cuidados de sua mãe. A aeronave caiu na selva Amazônica, na parte sudeste da Colômbia, e o acidente causou a morte da mulher e a do piloto. Sozinhas, as crianças foram bem sucedidas em tudo que fizeram para continuarem vivas. O que permitiu tal feito foi o fato de as duas irmãs mais velhas  deterem conhecimento ancestral de como se portar na mata. Se a história terminasse dessa maneira já seria digna de fenomenal roteiro para o cinema. Mas, observando os detalhes dessa história, percebe-se a inteligência e presteza de Lesly que teve a responsabilidade de direcionar as ações do grupo durante o período. Para Soleiny sobrou a obrigação de cuidar de seus irmãos mais novos. Sobre as circunstâncias dos quarenta dias na mata, o ocorrido foi, ao mesmo tempo, tocante e tenso. 

Após a queda do avião, pouco antes de morrer, a mãe das crianças percebeu que não teria chances de sobreviver e teria dito a Lesly, para que não se preocupassem com ela. “Cuide de seus irmãos”, ordenou a mulher, antes do último suspiro. Lesly a obedeceu. Em um local que seria no mínimo inóspito para população não indígena, Lesly teve maturidade e salvou os seus irmãos. Ela os conduziu a uma área da floresta que havia água e, os alimentos que os mantiveram vivos, Lesly escolheu a dedo: frutas silvestres. Ela, ainda,  soube aproveitar a farinha de mandioca que estava dentro do avião. Como ocorre em diversas obras da sétima arte, a situação dos meninos é de emocionar e, ao término, teve o final mais feliz possível. Apesar de fragilizadas, los niños foram encontrados e estão sob cuidados médicos no Hospital Militar, na capital Bogotá e passam bem. O presidente Gustavo Petro, esteve no centro médico para conhecê-las. Sinais dos tempos – a Colômbia, agora, respira novos ventos ruma à paz e à celebração da vida.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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