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CACs armados se articularam em atos golpistas após derrota de Bolsonaro, mostram documentos

Caçadores, Atiradores e Colecionadores planejaram atentados e participaram armados de bloqueios em rodovias. Veja uma conversa do bolsonarista George Washington

Acampamento bolsonarista no QG de Brasília e George Washington De Oliveira Sousa (Foto: Reprodução)

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247 - Integrantes da categoria Caçadores, Atiradores Desportivos e Colecionadores (CACs) se armaram e se articularam para tentar dar um golpe de Estado após as eleições de 2022. A informação foi publicada neste domingo (16) pelo jornal O Globo. De acordo com mensagens de celulares, depoimentos de testemunhas e relatórios policiais, os CACs planejaram atentados, participaram armados de bloqueios em rodovias, atiraram contra policiais e estavam entre os manifestantes presos em Brasília (DF), onde apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram a Praça dos Três Poderes, na capital federal. 

Em novembro de 2021, um mês após conseguir o certificado de CAC junto ao Exército, George Washington de Oliveira Sousa percorreu quase 1.300 quilômetros de Xinguara, cidade no Sul do Pará onde morava, até Goiânia (GO) para comprar armas. "Dá para começar uma guerra, hein!", escreveu a um amigo, em conversa obtida pela Polícia Civil do Distrito Federal. "Vamos precisar, viu? (...) Se roubarem a eleição do Bolsonaro, o Brasil vai entrar em uma guerra civil", respondeu o interlocutor, um pecuarista com terras no Pará e réu por crimes ambientais.

Em 24 de dezembro de 2022, George Washington foi preso por tentar plantar uma bomba nos arredores do Aeroporto de Brasília. Em sua caminhonete, a polícia apreendeu um fuzil, duas espingardas, dois revólveres, três pistolas e mais de 3 mil cartuchos de diferentes calibres. Em depoimento após a prisão, ele afirmou que, se o atentado fosse bem-sucedido, o armamento seria repassado "a outros CACs que estavam acampados no QG do Exército".

Além das novas informações do CACs, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou, em relatório, que 12 empresas do agronegócio são donas de ao menos 54 caminhões enviados a Brasília no dia dos atos golpistas. 

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