"Não interessa ao Brasil a ampliação dos BRICS", diz Paulo Nogueira Batista Júnior
Isso diluiria o peso dos atuais integrantes do bloco, aponta o economista
247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior expressou sua opinião de que a ampliação dos BRICS não seria benéfica para o Brasil. Segundo ele, isso diluiria a participação do país no bloco e tornaria a administração mais complexa.
Nogueira Batista Júnior destacou que a ampliação dos BRICS pode interessar mais à Rússia e à China, países que já fazem parte do grupo e têm ambições geopolíticas maiores. Ele argumentou que, em vez disso, o Brasil deveria abrir o banco de desenvolvimento dos BRICS aos interessados e consolidar o formato "BRICS+", atraindo países que tenham interesse em participar das cúpulas.
A opinião do economista vem em um momento importante, pois a cúpula dos BRICS na África do Sul está prestes a ocorrer, em agosto deste ano, e há discussões sobre o formato e a possível participação do presidente russo, Vladimir Putin, que enfrenta um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, confirmou que a cúpula será realizada presencialmente, ressaltando a importância de um encontro "cara a cara" entre os chefes de Estado. A decisão de realizar o encontro mesmo com o mandado de prisão contra Putin reflete a determinação da África do Sul em promover o evento e fortalecer os laços com os países do BRICS.
Embora a África do Sul seja membro do Tribunal Penal Internacional, não é esperado que Putin seja preso caso participe da cúpula. Rumores sobre a transferência da cúpula para a China surgiram, mas o governo sul-africano decidiu manter o evento em seu território, demonstrando seu compromisso em realizar uma cúpula presencial após três anos.
Neutralidade sul-africana – O contexto histórico das relações entre África do Sul e Rússia, que remonta aos tempos do apartheid, influencia a postura do país em relação ao mandado de prisão. A neutralidade sul-africana diante da invasão da Ucrânia em 2022 e sua busca pelo diálogo como solução para o conflito evidenciam a importância dos laços entre os países do BRICS.
Diante dessa conjuntura, a visão de Paulo Nogueira Batista Júnior destaca a necessidade de o Brasil preservar sua posição dentro dos BRICS e buscar alternativas como o formato "BRICS+", a fim de evitar a diluição de seu peso no bloco. A cúpula dos BRICS na África do Sul, considerada uma das mais importantes em muito tempo, se aproxima, e as discussões sobre seu formato e potenciais desdobramentos continuarão a atrair a atenção da comunidade internacional. Assista:
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