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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Verdão ou verdinhas?

Os palmeirenses achavam que o patrocinador colocaria dinheiro para comprar jogadores, mas ocorreu o contrário. O Palmeiras virou um exportador de jogadores

(Foto: CESAR GRECO/Palmeiras)

Os diretores da Sociedade Esportiva Palmeiras não sabiam a fria em que estavam metendo o clube ao colocar na presidência o patrocinador. 

   O conflito de interesses é evidente. O clube quer títulos; o patrocinador quer dinheiro. Ainda mais quando é uma empresa que empresta dinheiro a juros. 

   Os palmeirenses achavam que o patrocinador colocaria dinheiro para comprar jogadores, mas ocorreu o contrário. O Palmeiras virou um exportador de jogadores. 

   A estratégia ficou muito clara a partir da contratação do técnico Abel Ferreira. Ele provou ser um grande preparador de atletas jovens, os chamados jogadores da base. Atletas que passariam um tempo na vitrine do time principal para em seguida serem vendidos para a Europa, Ásia ou América.

   Por isso o patrocinador ou, no caso, a patrocinadora e presidenta paga os tubos para o técnico português e sua equipe. Salários europeus. Eles são fundamentais para o esquema funcionar.

   Desde a era Abel Ferreira, que tem sido farta em títulos, é verdade, o que se viu foi o Palmeiras vendendo jogadores de primeira - como Scarpa, Danilo, Veron, Endrick, Giovanni - e comprando bagres - como Navarro, Breno Lopes, Flaco Lopez, Tabata e outros tantos.

   O Palmeiras vende o bom e caro e compra o ruim e barato.

   Até agora vinha dando certo porque a atual diretoria herdou um elenco muito bom da diretoria anterior, que ficou ainda melhor com o novo técnico. 

   Ocorre que o futebol atual é muito intenso, há muito dinheiro envolvido, o calendário é alucinante e os jogadores se machucam muito. O elenco precisa ser renovado constantemente para não perder rendimento.

   Em vez de comprar jogadores consagrados, a atual presidente - que entende de dinheiro, mas é noviça no futebol - colocou à disposição do técnico, para revezar com os exaustos craques do time principal, os destaques do time sub-20. 

   O que se vê em campo, quando eles entram, geralmente na metade da segunda etapa, é que, embora não lhes falte talento nem técnica, não têm nem corpo nem malandragem para enfrentar os grandalhões adversários, que os desarmam facilmente. 

   Nem a grande esperança verde - Endrick - conseguiu repetir entre os titulares, até aqui, o fenômeno que foi nos times de baixo.

   Até parece que o Palmeiras não aprendeu nada com a Parmalat.

   Entre o Verdão e as verdinhas, a patrocinadora sempre vai ficar com as verdinhas.    

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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