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Michel Zaidan

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Por quem os sinos dobram ou devem dobrar?

Todos participam da comunidade humana e merecem o mesmo respeito. Choremos a sua morte por igual. Choraremos assim por nós mesmos

(Foto: Reuters/Bruno Kelly)

Parafraseando a canção, toda forma de vida humana importa muito. Não interessa se ela é  pobre, feia, negra, transgenérica, crente ou ateia.  Não há razão para se discriminar ou subvalorizar a vida de milhões de refugiados políticos ou econômicos, que fugindo de seus países de origem, morrem num naufrágio  em alto  mar, enquanto  uma minoria de ricaços e milionários  desapareçam no fundo do mar, provocando uma comoção  midiática. O valor da dignidade da vida humana é  universal, não conhece barreiras ou vedações  de nenhum tipo. Todos participam da comunidade humana e merecem o mesmo respeito. Choremos a sua morte por igual. Choraremos assim por nós  mesmos, enquanto  participantes dessa comunidade humana, É  o nosso destino.

A espetacularização da morte de poucos ou muitos é  um fato midiático. Mas a morte de uma simples pessoa é  um acontecimento metafísico, a que diz respeito  ao sentido da vida nesse universo,  Afinal, a morte trágica ou não, é a conclusão épica e inevitável de toda jornada humana sobre a terra. E esta constatação nos interpela como passageiros dessa jornada. Temos sim responsabilidades éticas e humanitárias com cada um que morre ou sofre. Por efeito de empatia, todos nós morremos e sofremos com cada um.

Sejamos mais humildes e sensíveis  diante da tragédia  alheia. Ela é  também  a nossa tragédia.  O que fizemos para evitá-la? O que podemos fazer para reparar os cacos e migalhas desse desastre.?  Esse é o sentido dessas reflexões. A morte prematura ou não dos que se vão  incumbe aos vivos e sobreviventes uma reverência e um resgate da memória que não é e nem pode ser apenas retórico. 

Tem de ser efetivo e verdadeiro, sob pena da vida humana se tornar uma futilidade,  sem valor, pronta  para ser esquecida com a próxima manchete dos jornais. Devemos a essas pessoas uma epitáfio  digno, que faça jus  a sua importância. 

(Texto inspirado na indignação  de uma querida amiga que se importa com o valor  de toda vida humana)

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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