Olha ele aí de volta!
Se a Justiça for minimamente justa, primeiro vai decretar que Bolsonaro não poderá ser candidato a nada, e depois vai levá-lo rapidinho para o xilindró
Em se tratando dele, até que não houve grandes surpresas: conforme havia anunciado, Jair Messias embarcou em Orlando e pousou em Brasília na véspera dos 59 anos do golpe militar de 1964, tão incensado por ele.
Houve, é verdade, uma ligeira confusão de horários: previsto para chegar às sete e dez, depois às sete e meia, o voo acabou chegando pouco depois das seis e meia. Tirando esse desencontro, nada de mais aconteceu.
Jair Messias já havia sido oficialmente informado de que seria conduzido para fora do aeroporto por uma saída lateral. Aliás, a informação chegou a ele e a meio mundo.
Ainda assim um bando se bolsonaristas foi até o aeroporto, na ilusão de uma chegada espalhafatosa, com direito a discurso em caçamba de camionete e o que mais houvesse à mão. Ficaram com cara de bobalhões.
Levado direto para a sede do Partido Liberal, Jair Messias apareceu numa janela acenando para o nada e com aquele esgar que tenta ser sorriso.
Lá dentro estavam à sua espera dona Michele, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, o general empijamado Walter Braga Netto, derrotado junto com seu chefe quando era candidaro a vicepresidente, enfim, o bando de sempre.
Não houve discurso grandiloquente, nem aglomerações multitudinárias, não houve nada: para quem se espera que irá virar o grande líder da oposição a Lula e seu governo, foi tudo muito frouxo nessa volta depois de três meses foragido em Orlando.
Resumindo: nessa volta ficou claro que Jair Messias virou pó.
Vai ser presidente de honra do Partido Liberal, é verdade, mas quem continuará no comando é Costa Neto.
Ele e sua senhora esposa viajarão país afora, e é até possível que consigam eleger prefeitos em quantidade significativa.
Vai continuar como figura iluminada para o punhado de bolsonaristas mais primatas e radicais (que valha a reiteração), mas tirando a direita mais extremista irá perdendo espaço em velocidade acelerada.
E é assim, mais esvaziado que meu saldo bancário, que Jair Messias enfrentará outra agenda – esta sim, perigosa para ele.
Estou me referindo à pirâmide de denúncias que já estão à sua espera na Justiça Eleitoral, e ao que ainda está por chegar na Justiça Civil.
Semana que vem, aliás, ele começa a dar suas primeiras explicações para a Polícia Federal.
Resta saber quanto tempo irá passar até Jair Messias se arrepender por ter deixado seu refúgio vizinho ao Pateta e voltar para enfrentar uma Justiça que, se for minimamente justa, primeiro vai decretar que ele não poderá ser candidato a nada, e depois vai levá-lo rapidinho para o xilindró.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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