O tempo
A decisão de Eduardo Cunha de abrir processo de impeachment contra Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, fez oito anos no início de dezembro
Em duas semanas, completa um ano a fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos. E o 8 de janeiro em Brasília também faz um ano logo depois.
A decisão de Eduardo Cunha de abrir processo de impeachment contra Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, fez oito anos no início de dezembro.
Daqui a quatro meses completa seis anos a prisão de Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo.
No mesmo mês de abril, fará aniversário de cinco anos o primeiro inquérito do Supremo contra o que iria ser identificado mais tarde como gabinete do ódio do bolsonarismo.
Em maio, vai completar quatro anos a grande operação de busca e apreensão contra empresários e políticos, dentro do mesmo inquérito das facções das fake news e das milícias digitais.
Há dois meses, completaram-se dois anos da entrega ao Ministério Público, pela CPI da Covid, do relatório com o pedido de indiciamento de 79 civis e militares.
Há um mês, três anos atrás, o Ministério Público do Rio denunciava Flávio Bolsonaro por peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita, no caso que ficaria conhecido como o esquema das rachadinhas.
Em abril, completa quatro anos a frase-símbolo da postura de Bolsonaro diante da matança da pandemia, repetida duas vezes a um grupo de jornalistas: “Eu não sou coveiro”.
Daqui a quatro meses faz aniversário de três anos a decisão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e dos chefes das três armas de abandonar o governo.
Fez quatro anos em outubro a visita de Bolsonaro ao rei Salman Bin Abdulaziz Al Saud, quando o saudita presenteou o Brasil com uma caixa de joias, incluindo um Rolex.
Um mês atrás, fez quatro anos a libertação de Lula da masmorra de Curitiba, depois de 580 dias de cativeiro imposto pela perseguição lavajatista.
Daqui a dois meses relembraremos a morte de dona Marisa Letícia, há sete anos no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Em seis meses completa cinco anos o primeiro vazamento, pelo Intercept, das mensagens trocadas entre Deltan Dallagnol, Sergio Moro e seus subalternos de Curitiba.
Em março, o Brasil relembrará os seis anos do assassinato de Marielle Franco, no Estácio.
Daqui a um ano poderemos estar lembrando que um ano atrás Bolsonaro passeava impune por Buenos Aires, na festa do fascismo da posse de Javier Milei.
Poderemos até dizer, daqui a um ano, que Milei caiu seis meses depois de assumir, derrubado pelos peronistas nas ruas, e que Bolsonaro continua solto e impune e com mais de R$ 10 milhões de PIX no banco.
O tempo da política e do seu entorno, o que prevalece, o que finge correr e apenas se arrasta, tem sido esse mesmo, o tempo da não reparação e da impunidade.
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