O pedófilo geralmente “não é o homem do saco”, pode ser o Dalai Lama ou alguém ao seu lado

Após vir à tona as imagens grotescas do líder espiritual Dalai Lama beijando uma criança de 10 anos de idade, o mundo se choca: “mas como assim, um guru, um homem de bem?”.

Pois bem, eu tenho uma história que acompanhei bem de perto. (nomes serão alterados).

Jonas era pai de três crianças lindas, o cara mais gente fina da turma, aquele amigo que quebra qualquer galho, bom de copo, aquele que anima qualquer festa.  

Em uma ocasião, a filha de um amigo em comum, com 9 anos, contou que Jonas tentou por diversas vezes passar a mão nela e beijá-la. 

Então eu me lembrei que em certa ocasião ocorrida meses antes desse relato, a turma toda estava reunida e a garotinha estava em situação de pânico. Lembro que comentei com meu companheiro naquele dia: “Luana está com medo, parece que está sofrendo algum tipo de violência”. 

Meu companheiro concordou comigo. 

Eu então somei dois mais dois e obviamente contei tal situação à família da garotinha. 

Jonas sempre negou os fatos. Há quem na época o apoiou: “Sofri abuso na infância e não é por isso que eu saí por aí destruindo a vida da pessoa”. 

Criamos em nossas mentes que pedófilos são homens desfigurados, que andam com sacos nas costas à busca de suas presas. Não! pedófilos podem ser líderes espirituais, pessoas comuns, à margem de qualquer suspeita. 

Os números mostram que mais de 70% dos casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são praticados por pais, mães, padrastos ou outros parentes das vítimas. Em mais de 70% dos registros, a violência foi cometida na casa do abusador ou da vítima.

Devemos sempre redobrar nossa atenção com os pequenos e sempre denunciar qualquer ação de conotação sexual.

Muitas sociedades patriarcais naturalizam a pedofilia no velho “deixa prá lá, não vamos comprar briga com isso não, será pior”.

Não, definitivamente tapar o sol com a peneira um crime não é a solução.