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Lais Gouveia

Mineira, jornalista e ativista da mídia livre

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O linchamento seguido de morte se repete quase 10 anos depois e pasmem, também no Guarujá; Uma mensagem para Fabiane e Osil

Nas ruas, em grupos nas redes ou vítimas do sensacionalismo abutre, como o clássico caso da Escola Base, linchamentos nunca estiveram tão em alta no Brasil

Osil Vicente Guedes (Foto: Reprodução/Facebook)

Fabiane e Osil moravam na mesma cidade, Guarujá, conhecida como um dos principais destinos turísticos de São Paulo, mas provavelmente não se conheceram. 

Os dois eram moradores da periferia da cidade, local castigado por encostas ocupadas, moradias improvisadas e falta de estado. 

Os dois tinham filhos e, como qualquer outro morador, andavam pelas ruas do bairro no ir e vir das tarefas cotidianas. 

Os dois pagavam seus impostos e não tinham fichas criminais. 

Fabiana voltava do supermercado. Osil, se dirigia a um ferro velho com uma moto emprestada pelo amigo. Ela foi confundida com uma “bruxa sequestradora de crianças”. Ele, por um ladrão que havia acabado de roubar uma moto; 

Ambos foram linchados e apanharam até a morte. Perderam a vida provavelmente sem ao menos entender o motivo. 

Nos últimos 60 anos, um milhão de pessoas participaram de linchamentos no Brasil. E, em média, por dia, uma pessoa é vítima desse crime no país. Estes números foram revelados em um estudo do sociólogo José de Souza Martins, autor do livro “Linchamentos”.

O famoso “ouvi falar”. No sensacionalismo abutre de nossa imprensa, temos o caso Escola Base: uma família perdeu tudo (quase a vida) por serem acusados de promoverem ped0filia na escola. Anos depois, foi comprovado que tudo era invenção. Suas reputações e laços nunca mais foram os mesmos.Perderam praticamente tudo. Diferente dos jornalistas que promoveram a caçada e podem desfrutar hoje de uma boa aposentadoria. 

O meu recado para Ósil e Fabiane: Eu acredito que exista um mundo menos cruel que esse, em que pessoas possam andar na rua sem morrerem apenas pelo puro gosto azedo de ódio. 

Espero que estejam num lugar que exista empatia, respeito e que seus traumas sejam curados com todo amor deste (outro) mundo. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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