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Carteira de identidade

(Foto: Reprodução)

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Por esses dias notei que já escrevi mais de 60 artigos no Brasil 247 e nunca me apresentei decentemente aos leitores. Então fica aqui uma “carteira de identidade” com meus dados pessoas e intransferíveis. Meu R. G. dialoga com o que Oswald de Andrade escreveu no jornal A Manhã, do Rio de Janeiro, em 18.7.1948.  

Antes tarde do que nunca, muito prazer!

-  Nasceu em 1958.

- Casado em conformidade com os princípios da Justiça duas vezes, tem quatro filhos.

  • Considera-se definitivamente casado consigo mesmo.
  • Pesa 79 quilos.
  • Altura 1, 72.
  • Sapato n° 41.
  • Colarinho médio.
  • Usa óculos para longe e perto.
  • Gosta de caminhar.
  • Dorme tarde e acorda não muito tarde.
  • Faz visitas e recebe visitas só quando é obrigado.
  • Não fuma - nem aquilo.
  • Prato de sua predileção: buchada de bode.
  • Não é antropófago, mas quase foi antropólogo.
  • Compositores de sua predileção: Nelson Cavaquinho e Luciano Berio.
  • Tentava ajudar sua mulher em casa realizando certas tarefas, mas não foi suficiente.
  • Brinca com os filhos.
  • É um razoável respondedor de e-mails.
  • Acha a nova geração de poetas (a chamada Geração Instagram) inferior aos poetas de mimeógrafo. 
  • Considera a sua obra literária acima do bem e do anormal.
  • Pessoalmente é impessoal.
  • Tem tão poucos amigos que muitos mal conhece.
  • Nunca vê TV aberta.
  • Considera Jair Bolsonaro responsável pelo fracasso de qualquer êxito no Brasil.
  • Está escrevendo seu segundo livro de microcontos.
  • Poetas de sua predileção: José Paulo Paes, Juó Bananére, Mário Quintana, Jorge Sousa Braga e Adília Lopes.
  • Escreve aforismos e versos à caneta, prosa no computador.
  • Tem muito cabelo (branco).
  • Come bem. E bem mal do ponto de vista da saudabilidade.
  • Quando trabalha faz isso em home office.
  • Fruta de sua predileção: fruto proibido.
  • Acha da maior importância particularmente os livros de Millôr Fernandes, Augusto Monterroso, Nelson Rodrigues, Ramon Gómez de la Serna, Ambrose Bierce e François Rabelais.
  • Escreve seus textos geralmente na hora em que dá.
  • Gosta de bom vinho, boa cachaça e boa grappa.
  • Várias vezes foi homem pobre, outras, homem desfavorecido.
  • Escreveu Aqui Jaz - o livro dos epitáfios, seu primeiro livro, em parceria com Edson Aran, aos 38 anos.
  • Gosta de suas obras publicadas, mas se arrepende de tê-las escrito.
  • Como sua avó materna espera viver até os 103 anos para grande desgosto de beócios e calhordas.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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