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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Bolsonaro foi o grande perdedor

Lula ganhou, Lira ganhou, Haddad ganhou. O Brasil ganhou. O grande perdedor foi Bolsonaro. E tudo indica que daqui em diante vai acumular derrota após derrota

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

Bolsonaro resolveu colocar à prova sua liderança na direita. E talvez no país. Ou no planeta. Tentou levantar os deputados do PL contra a reforma tributária.

“Se o partido ficar unido, não aprovam”, propalou, em reunião, ontem, em Brasília, interrompendo o discurso de seu pupilo, Tarcísio de Freitas que defendia a reforma.  

   Também entrou em rota de colisão com seu ex-aliado Arthur Lira, que fez das tripas coração para aprovar a proposta que ele tentava demolir. E disse, da tribuna, ter votado no ex-presidente em 2022, mas que o vencedor foi Lula. 

   Outro, o ex-ministro Ciro Nogueira, reprovou Bolsonaro. “O projeto é do país”. 

   À medida em que a perspectiva de poder de Bolsonaro se esvai, e as punições se aproximam, os ex-aliados o abandonam. Ou vice-versa. E o que diz entra por um ouvido e sai pelo outro.

   Foi péssimo para ele ter entrado nessa briga. Perdeu uma ótima oportunidade para ficar calado. O PL não caiu na sua lábia. Vinte deputados, de 95, acompanharam Lira, Haddad e Lula e a maioria que deu 382 votos à reforma no primeiro turno e 377 no segundo.

   Bolsonaro mostrou, sem que ninguém tivesse pedido, que não lidera coisa alguma. Nem seu partido, nem a direita. Sem a caneta é um zero à esquerda. Em vez de unir, divide a direita.

   E provou mais uma vez que onde pisa não nasce grama. É campeão em criar desafetos. Briga com a própria sombra. Suas alianças têm prazo de validade.

   Também demonstrou não estar disposto a dividir seu eleitorado com algum forasteiro, nem que seja seu pupilo. O que reforça a impressão de que não vai apoiar ninguém a presidente em 2026, a não ser sua mulher - se é que em 2026 ele terá o eleitorado de 2022.  E alguém vai querer associar seu nome ao dele depois de todas as punições que certamente vai receber até lá.

     Lula ganhou, Lira ganhou, Haddad ganhou. O Brasil ganhou.

     O grande perdedor foi Bolsonaro. E tudo indica que daqui em diante vai acumular derrota após derrota.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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